quarta-feira, 5 de fevereiro de 2014

Automutilação


Ei meninas, hoje eu vim falar sobre um assunto bem sério, que é a automutilação. O que mais nos vemos são os jovens de hoje em dia passando por este tipo de problemas. Vou falar um pouco da definição, sobre um perfil que é dado para as pessoas que praticam pelos psicólogos, causas e o tratamento para isso.

Definição: Automutilação refere-se a comportamentos onde demonstráveis feridas são auto-infligidas. Uma crença comum diz que esse é um método de busca de atenção, entretanto, na maioria dos casos esse fato é equivocado. A maioria das pessoas que se auto-mutilam estão bastante conscientes de suas feridas e cicatrizes, e tomam atitudes extremas para esconde-las dos outros. Eles podem oferecer explicações alternativas para suas feridas, ou tapar suas cicatrizes com roupas. Automutilação, nesses indivíduos, não está associada ao suicídio ou para-suicídio. A pessoa que se auto-mutila não está, usualmente, querendo interromper sua própria vida, mas sim usando esse comportamento como um modo de cooperação para aliviar dor emocional e desconforto.

Perfil do auto-mutilador: O auto-mutilador tende a ter grandes dificuldades para se expressar verbal ou emocionalmente, portanto, não consegue falar publicamente sobre suas angústias nem chorar diante de outras pessoas. Há relatos de pessoas que com o passar do tempo sentem-se incapazes de chorar até mesmo quando estão sozinhas. Essa dificuldade de expressão acaba, em muitos casos, sendo um forte fator que desencadeia o comportamento auto-mutilador. Alguns indivíduos afirmam que escrever (textos, poemas, contos, músicas, etc.) lhes parece de grande ajuda, como uma forma de expressar suas emoções, o que não conseguem fazer de outras formas. Desse modo, a necessidade de se auto-mutilar diminui significantemente.
Não possui amor próprio e usualmente define a si mesmo como sendo "um lixo humano, uma criatura insuficiente e fracassada, que não tem direito de conviver com os demais". Desse modo, alguns tendem a se afastar da família e dos amigos, buscando poupa-los do mal que presumem ser a sua presença. Com o tempo, se veem executando sozinhos atividades que costumavam fazer em grupo.
Geralmente afirmam auto-mutilar-se com a intenção de interromper uma dor emocional muito forte. A maioria alega se tratar "de uma espécie de troca, da dor emocional pela dor física". Além disso, vários auto-mutiladores se ferem também como uma forma de punição, por se sentirem insuficientes e fracassados, "um lixo humano", como eles próprios se definem; dentre outras razões. Todos eles descrevem o desejo auto-mutilador como algo incontrolável, como um vício do qual, ainda que queiram, não conseguem se libertar.
Logo após uma crise, em que o auto-mutilador fere o próprio corpo ou apresenta qualquer outro comportamento auto-agressivo, o sentimento que permanece é, geralmente, de culpabilidade. O indivíduo geralmente chora muito e a sensação de fracasso é extrema.
Possui extrema dificuldade em falar sobre si mesmo, principalmente sobre a doença, pois tem medo de não ser aceito, julgado ou incompreendido, pois a grande maioria das pessoas que não passam pelo mesmo não compreendem este comportamento e/ou a sua origem.
Constantemente se descobre buscando feridas ou cicatrizes nos pulsos de outras pessoas, talvez como uma forma de não sentir-se tão só ou de tentar ajudar essa pessoa, pois sabe o quão mau é não ter ninguém que o ajude e compreenda.
Alguns abandonam qualquer tipo de atividade em que seja necessária a exibição do corpo, como ir à praia ou a um clube, para que suas feridas e cicatrizes permaneçam ocultas e, desse modo, não tenham que falar sobre o problema nem corram o risco de serem impedidos da prática.
Não possui qualquer expectativa com relação ao futuro, pois se considera incapaz de alcançar qualquer coisa realmente boa - razão pela qual se surpreende muito quando alcança grandes feitos, como passar no vestibular ou conquistar o amor incondicional de alguém que lhes interesse. Ainda que acontecimentos do gênero lhes sejam de grande benefício, não são o bastante para que abandone as práticas auto-agressivas, o que faz com que retorne à mesma falta de expectativas a respeito da vida.
Quando o indivíduo consegue superar a doença, o primeiro problema com que se depara é a sensação de vazio. Muitos ex-auto-mutiladores afirmam que se tornaram incapazes de qualquer sentimento comum ao ser humano, como ódio, raiva, indignação, medo, insegurança, alegria, amor, etc. Sentem-se apáticos e desinteressados com relação a qualquer assunto que os rodeie. "Se alguém morresse ao meu lado, eu não daria a mínima" é uma sentença que bem traduz esse estado de espírito. Tal sensação tem sido observada em vários indivíduos, porém, não se estende por muito tempo. Ainda que tenha alguma recaída, o ex-auto-mutilador tende a sentir cada vez menos falta do comportamento auto=agressivo e, com o tempo, o abandona completamente.
Embora os auto-mutiladores acreditem que sua prática faz com que passe a dor emocional (ex. ódio, raiva, medo, culpa, etc.), essa é uma impressão falsa. O que ocorre é que a dor emocional é suplantada momentaneamente pela dor física. Quando perguntadas por familiares ou amigos, muitas pessoas respondem não saber por que fazem isso.
Os auto-mutiladores, no geral, sentem compaixão por outras pessoas na mesma situação e tentam ajuda-las, muitas vezes querendo que outros parem com este comportamento mesmo que o pratiquem também.
Formas de auto-mutilação: Uma forma comum de AM envolve fazer cortes na pele dos braços (comumente o pulso esquerdo), pernas, abdômen, coxas, etc. O número de métodos auto-mutilantes se restringe à criatividade do indivíduo. Os locais de lesão são, geralmente, áreas escondidas de uma possível detecção por outras pessoas.
Possíveis Causas: A automutilação é usualmente associada ao Transtorno de Personalidade Borderline porém, grande parte dos auto-mutiladores não sofrem desse transtorno de personalidade. A doença tem acometido cada vez mais pessoas e, nos dias atuais, tem sido observada sua crescente associação a problemas como Depressão, Transtorno Bipolar, Síndrome do pânico, Bulimia, Anorexia, Bullying, epilepsia,problemas emocionais,transtornos alimentares dentre outros.
Outro fator que deve ser investigado está relacionado à associação entre dor e prazer. Em muitos casos a origem do problema está em crianças que ficaram internadas em hospitais, às vezes por muitos dias ou meses. O comportamento autodestrutivo constantemente carrega uma carga de prazer associado, muito comum de ser encontrado em masoquistas. O psicanalista Robert J. Stoller escreveu em seu livro (Pain and Passion: a psychoanalyst explore the Word of S&M, Ed. Plenum Press) que a maior parte dos membros de grupos sado-masoquistas passaram por tratamentos dolorosos na infância. Eles ficaram submetidos à relação entre dor e alívio; o que gerou um forte condicionamento mental que faz com que a dor seja o gatilho para a percepção do prazer
Tratamento: A associação psicoterapia e medicação tem se mostrado eficaz nos casos de automutilação. A psicoterapia, nestes casos, tem como um dos objetivos ajudar o paciente a identificar outras formas de lidar com frustrações que sejam mais eficazes do que seu comportamento. Ainda não há medicação específica indicada para que o paciente pare de se mutilar, entretanto, a medicação pode ser indicada para alívio dos sintomas depressivos e ansiosos que podem colaborar para a manutenção do comportamento. Há também medicações que são usadas para diminuir a impulsividade e que ajudam o paciente a resistir à vontade de se machucar, caso esta apareça. O ideal é procurar um bom profissional, um psicólogo ou psiquiatra, que possa identificar as causas do problema no paciente e tratá-las. Contudo, é importante que essa iniciativa parta do próprio paciente, não sendo indicado forçá-lo à situação, o que poderia agravar seu quadro. O melhor é que família e amigos o incentivem a procurar voluntariamente ajuda médica, e facilitem o acesso. O auto-mutilador necessita, sobretudo, do apoio da família e dos amigos. Ele precisa desesperadamente sentir-se amado.

Espero que tenha ajudado vocês e isso é só uma explicação feita pelos psicólogos, especialistas. E se vocês se sentem assim, passam por isso procurem ajuda. Eu sei que vocês fazem isso para ter um alivio, mas é momentâneo e logo vão querer continuar. Acreditem em vocês mesmos, acreditam que são capazes de passar por isso, e parar. Vocês são lindos(as) e não precisam disso. E qualquer coisa podem me procurar ou procurar a Clara. 

Beijos, Iza

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